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Café Utam anuncia investimento de R$ 2 milhões

Em meio a crise financeira do Brasil, Café Utam anuncia um investimento de R$ 2 milhões na sua planta de Minas Gerais para novidades na linha de cafés gourmet – com quatro lançamentos – e na expansão da empresa, que agora passa a contar com uma sede na capital paulistana. Sempre de olho nas tendências do setor cafeeiro e pioneira na torrefação, a empresa de 47 anos e com capacidade produtiva de 800 toneladas por mês registrou um crescimento de 15% em 2016 e espera o mesmo resultado para este ano. A diretora executiva, Ana Carolina Soares, de 40 anos, uma das representantes da terceira geração da família à frente da empresa e que coordena a área de projetos e novos negócios, afirma que essas ações têm como foco conquistar novos mercados no Brasil e consolidar a Utam no mercado da linha gourmet.

Giro - A Café Utam nasceu da fusão de 26 indústrias de torrefação. Hoje, como ela está composta?
Ana Carolina Soares - Surgiu em 1969 da união de 26 indústrias de torrefação da Alta Mogiana, em uma época em que o setor de café era controlado por uma autarquia governamental que ditava todas as regras desde o preço do café a quantidade que cada indústria podia torrar, levando as indústrias a um engessamento pela falta de margem e concorrência. Tiraram as marcas do mercado e criou-se uma unificada, o que já a fez nascer uma empresa forte. Desde 1985, minha família, que já trabalhava com beneficiamento e exportação de café em Piumhi (MG), entrou no negócio com a aquisição de 100% das ações e começou a expandir a empresa para Minas – em 1990 já tínhamos uma unidade industrial mineira. Éramos uma das fornecedoras de café para Utam e tínhamos um conhecimento do negócio – com a nossa entrada, passamos a atender toda a cadeia do café, atuando da lavoura, beneficiamento à industrialização. Ter todo o canal do processo de abastecimento colaborou para alavancar a empresa, já que tínhamos como atuar em todos os segmentos, conseguindo melhores grãos e melhores compras...

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E hoje qual o posicionamento da empresa no mercado?
Atualmente, a Utam é uma grande representante da indústria nacional no setor de torrefação. Temos hoje nesse setor empresas multinacionais que entraram no mercado do Brasil e foram agregando outras indústrias e dominam o mercado. E poucas empresas nacionais que continuam trabalhando, desenvolvendo, crescendo e buscando inovações e se atualizando com os avanços do segmento, como nós. Somos pioneiros, por exemplo, em trazer as cápsulas compatíveis com o sistema Nespresso para o mercado de varejo nacional. Estamos sempre buscando as tendências do mercado mundial, demonstrando nosso pioneirismo, em um segmento dominado pelas multinacionais. 

Entrar no mercado de cápsulas ajudou na abertura de novos mercados?
Nas duas linhas de café torrado e moído temos como foco fortalecer a presença nas regiões que já atuamos como Minas, São Paulo e estados do Sul, porque é uma linha que as pessoas têm mais apego à marca e às tradições – e é difícil ter uma aceitação em regiões mais distantes. Nossa expansão geográfica aconteceu e continua acontecendo com a entrada no mercado de cápsulas, desde 2013, quando passamos a atender o Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, estados que até então não atuávamos. E é com as cápsulas que continuamos a buscar novas regiões. Para tal, investimos em novos blends, novas embalagens e melhorias na evolução do produto. No final de 2016 aperfeiçoamos as cápsulas que agora são hermerticamente fechadas, que garante por muito mais tempo o aroma e o frescor. O consumo de cápsulas no Brasil ainda é muito pequeno, representa menos de 2% do consumo total de café no país, quando em alguns países da Europa chega a 40%. É um produto de crescimento acentuado e mercado de muito potencial no Brasil.

Qual o crescimento da empresa nos últimos anos e a que você atribui essa evolução?
Nos últimos anos a Utam tem apresentado um crescimento contínuo em torno de 10% e, no último ano, superamos a expectativa de 15% – mesmo em um ano de crise como 2016, trabalhamos com muitos investimentos, justamente para superar esse período mais crítico. No início de 2015, fizemos investimento em novas linhas de produção de cafés standlake (café com nitrogênio) e, no final deste mesmo ano, em uma linha a vácuo. Foram esses fatores que alavancaram a produção, junto a investimentos em marketing, na área comercial com muitas campanhas e projetos envolvendo equipe de vendas para buscar esse crescimento e mantê-lo.

Qual a proposta em investir R$ 2 milhões em lançamentos na linha de cafés especiais?
Hoje, no faturamento da empresa, o café torrado e moído representa 90%, enquanto a linha de cafés especiais – cápsulas e gourmet – apenas 10%. Investir esse montante nos cafés gourmet é um planejamento que estamos fazendo nos últimos anos e a grande questão é que temos no mercado de cafés tradicionais um crescimento menor, em torno de 2,9% ao ano segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), e uma margem extremamente apertada porque, além da concorrência, o valor agregado é baixo. Já nos cafés especiais, o crescimento está na casa de 17% e a margem é muito melhor, por conta do maior valor agregado. Em anos como os que estamos passando, em que está mais difícil a rentabilidade, era importante investir nesse segmento que ainda tem muito a crescer e a explorar tanto por nós quanto pelo mercado nacional como um todo. Queremos que a linha de cafés especiais alcance o patamar de 20% do faturamento da empresa.

Quais os desafios para crescer hoje nesse segmento de café no país? 
O maior desafio nos cafés especiais é mostrar a qualidade e os diferenciais de seu produto. Por isso, estamos buscando uma linha exclusiva de produção toda focada e planejada pensanda nesse tipo de café para garantir excelência na qualidade. Estamos lançando quatro blends diferenciados, dois superiores e dois gourmets, com características bem específicas, justamente, para poder atender todo o mercado dessa linha. Nesse sentido é que estamos investindo na linha de produção direcionada, desde o recebimento do café até o envase com tecnologias que contribuíssem para a melhor qualidade desse produto. Desde o transporte dos grãos para que não haja quebra, melhor uniformidade dos grãos para se conseguir o padrão e homogeneidade, melhor torra... Tudo planejado para se ver o resultado lá na xícara. Assim, surge Utam Crema, que apresenta uma cremosidade diferenciada com bebida dura; Speciale, que também apresenta bebida dura, com grãos selecionados em peneiras altas, mas mais suave; Utam Gourmet, uma bebida mole e café mais adocicado. E o Café Fazenda Santa Alcina, um café da região da Alta Mogiana, de baixa acidez e doçura acentuada, que deve entrar no mercado ainda em fevereiro.

Qual o foco da empresa em 2017 com todo esse investimento? 
O foco é investir no segmento de Food Service, produzindo café gourmet para restaurantes, padarias, cafeterias, entre outros estabelecimentos. Com esses produtos, queremos expandir para todas as regiões do País – já estamos negociando com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Daí a inauguração da unidade comercial em São Paulo que será focada nesses cafés especiais e abertura geográfica. É na capital que estão os principais canais que distribuem esses cafés, como as grandes empresas de locação e vendas de máquinas de café espresso – estreitar o contato com esses representantes é importante para colocar esse produto no mercado. Além disso, entendemos que, em São Paulo, facilita a ponte para os diversos estados e montamos uma equipe para essa finalidade.

Fonte:
https://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/lazerecultura/giro/NOT,2,2,1222838,Cafe+Utam
+anuncia+investimento+de+R+2+milhoes.aspx

Publicado em: 07/02/2017 por Café UTAM S.A.

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